Quem carrega o piano da CBRASB? Uma tarefa difícil que está sendo levada á cabo por uma diretoria renovada que tem mostrado resultados na difícil tarefa de reerguer o Circuito Brasileiro de Bodyboard.
Conversamos com o atual presidente, catarinense Jarbas Soares, figura conhecida do esporte há décadas, atuando principalmente em Santa Catarina, onde realiza trabalhos com a FECAB. Saiba um pouco sobre a entidade e como podemos ajudar o nosso esporte a voltar ao lugar que merece.
Ride It! – Depois de uma forte crise no cenário competitivo nacional, vimos o retorno da entidade CBRASB em 2018, com um circuito com diversas etapas espalhadas pela costa brasileira. Conte como foi o processo de retomada de atividades para realizar a nova Confederação Brasileira de Bodyboard, que dificuldades tiveram e que panorama encontraram naquele momento de transição.
Jarbas Soares – Em 2013 o Circuito da Cbrasb era forte com boa premiação teve três etapas, depois o pais entrou em crise e no ano seguinte só tivemos uma etapa. 2015 e 2016 não tivemos etapas, eram muitas exigências e o presidente ficou doente. Por iniciativa do atleta Eder Luciano e alguns profissionais e com consentimento do Edmar e Flavio Brito, tomaram a iniciativa convocaram uma assembleia para eleger uma nova Diretoria e mudança de estatuto. Meu nome foi indicado pelos atletas e no começo não queria, pois sabia da responsabilidade e a dificuldade. Até que tomei a iniciativa de escolher minha Diretoria pra dar um novo rumo pro esporte, com ajuda do Eder fiz as escolhas e convite. Dois nomes eram novos no cenário: Tom Santiago e Gustavo Morais e em seguida o Giu Lara. Começamos o primeiro ano com dificuldades em registrar a ata; muitas exigências e demora do cartório, pois estava há 3 anos sem registros e falta de recursos (que o Eder emprestou pra tonar possível), é bom relatar que a Diretoria anterior deixou tudo em dia com os impostos, o que facilitou muito o processo. Junto com Gustavo fizemos uma etapa em SC (Troféu Brasil de Bodyboarding), fazendo um apelo ás marcas de BB para ajudar com custos baixos e tornar possível essa volta do esporte e graças a elas fizemos a etapa (B2BR – OMEGA BOARDS – KAMONA SURF SHOP – MEUBODYBOARD.COM – W9 WNINE) e apoiadores que entraram com produtos a FME e Prefeitura de Balneário Camboriú com Estrutura, o evento acabou dando empolgação aos demais presidentes de Federações, pois no ano seguinte abraçaram a idéia. Fizemos um pacto entre atletas, direção técnica e Cbrasb em baixar os custos tirar taxas pra tornar possível a realização de um circuito que foi um sucesso. Mesmo assim tivermos muitas pedras no caminho que foram tiradas com decisão sabedoria da Diretoria. A primeira foi na véspera da etapa do ES onde uma desembargadora pediu igualdade na premiação com ameaça de embargar o evento, no mesmo dia tomamos a decisão de igualar com um custo extra de R$ 5.000,00 que a CBRASB colocou na frente, mas com a eficiência do Marcelo Rocha e Miranda logo recuperaram e devolveram.
Depois foi a saída da etapa de Pernambuco nos deixando sem a quarta etapa, reunimos e decidimos bancar a premiação pra quem tivesse condições de realizar o evento no Nordeste, Tom saiu na frente e abraçou a ideia fazendo a última etapa, correndo o risco de ter pouco inscritos e levar prejuízo, mas o evento foi um sucesso e graças aos atletas que não mediram esforços pra correr a etapa e bater recorde de inscritos. Pra 2019 temos 5 etapas garantidas, conforme solicitação do conselho de atletas após reunião com a Diretoria e acharam um número ideal para as condições dos atletas, também foi decidido que o valor da premiação subisse para R$ 21.600,00 em igualdade de gêneros e parcelamento da filiação.
RI! – Quem compõe a diretoria e demais cargos da CBRASB atualmente?
JS – Presidente – Jarbas Soares (SC), Vice – Marcelo Rocha (ES), Diretor Técnico – Francisco Garritano (RJ), Diretor Financeiro e Administrativo – Gustavo Morais (SC), Diretor de Marketing e Eventos – Giuliano Lara (RJ), Gerente Regional – Tom Santiago (CE). Assessor Imprensa – Danilo Caboclo (SC), Conselho Fiscal – Frank Bernardo (ES), Moacir Kienast (SC), Fatimo Cerqueira (BA) Adilson Chumbimho (SP)
RI! – Tivemos um desnível importante na renovação das categorias de base, e vemos que estão fazendo algumas mudanças como por exemplo na idade. Que planos tem a médio prazo para reativar a tradição do Brasil em produzir novos talentos?
JS – Já no primeiro ano colocamos a categoria Open feminino e a Master (35 anos) que não tinha, cometemos um erro em 2018 em ter a sub -18 o que fazia garotos de 14 anos correr com atletas experientes de 18 anos. Em 2019 vamos ter a sub – 16 e o sub – 18 corre a Open e o Master não pode correr o profissional, ou é master ou profissional.
RI! – Ultimamente há um grande crescimento do movimento Masters em todo Brasil, como vê a CBRASB essa nova tendência?
JS – Vemos com bons olhos, mas não vamos interferir ainda, temos a categoria Master pra quem ainda está na ativa e pode correr o circuito. Um circuito paralelo só de master e equipes só está faltando regularizar, mas tem todo apoio da Cbrasb, estamos abertos a ideias e acordos. Talvez esse ano ainda podemos regularizar.
RI! – Vemos uma necessidade dos atletas com respeito á categoria Dropknee, que o Brasil tem talentos em toda costa e não temos a categoria no circuito nacional. Vemos os últimos ISA e o próprio APB com atletas como Daniel Alves, que nos representou anos consecutivos sem nenhuma ajuda ou incentivo do Bolsa Atleta, por não estar contemplado nas competições oficiais. Algum planejamento para a categoria?
JS – Já discutimos e votamos sobre a categoria, achamos que ainda é cedo, tem que as associações e federações começarem a incluir em seus circuitos para depois colocar na Cbrasb, pois atualmente tem muito poucos atletas de Dropknee, os que tem correm as duas categorias.
RI! – Sabemos das dificuldades em vender o esporte, ao mesmo tempo já vivemos épocas de ascenso e de descenso do Bodyboard nacional. Que lição tiramos dessa vivência na hora de vender um Circuito, negociar uma etapa e fechar apoios e patrocínios? Como está assessorada a entidade hoje em dia com relação á essa necessidade?
JS – Viemos de um descenso e agora estamos em fase de crescimento, ano que vem teremos currículos e material pra oferecer ás empresas, que não gostam de colocar seu nome onde há críticas e discussões, temos que crescer curtir mais nossas divulgações, peguei o esporte com números pequenos mas está crescendo e temos que crescer mais. Precisamos dos atletas e adeptos nas redes sociais, compartilhamentos, isso atrai uma empresa, hoje com internet não dá pra mentir a realidade são os números e um bom trabalho bem divulgado. Nossas transmissões ao vivo e vídeos diários antes e pós eventos, tende a crescer e divulgar nosso esporte pra um público além dos bodyboarders.
RI! – Cada estado e cada região do Brasil têm suas dificuldades em enviar seus atletas para etapas, devido ao alto custo principalmente do transporte e das taxas das companhias aéreas para despachar as pranchas. Na Europa, as Federações têm acordos com algumas companhias para facilitar descontos e fidelizar esse nicho de público, além de fomentar o esporte amador. Com vê essa interação entidade x empresas e qual sua opinião?
JS – As empresas aéreas só pensam em ganhar, tentativas já fiz pelo surf e não respondem, mas, como disse, com um bom trabalho quem sabe conseguimos patrocínio de uma empresa que possa atender todos sem custos de taxas.
RI! – Como funciona o Bolsa-Atleta atualmente e onde o atleta pode buscar informação?
JS – Hoje estamos registrados no Ministério dos Esportes onde muitos atletas podem concorrer ao bolsa atleta Nacional e internacional basta ter resultados. Em alguns estados e municípios também tem, hoje vários atletas estão com a bolsa atleta. Geralmente funciona para os três primeiros do ranking seja Nacional ou Estadual.
RI! – Como vê a CBRASB a importância das Escolas de Bodyboard e o que tem feito ou pensa fazer, para reconhecê-las?
JS – As Escolas é um meta pra minha segunda gestão caso continue, visitei várias no Brasil e temos que aumentar mais, sendo que a maioria é social e falta apoio pra levar os alunos pra correr eventos. O ideal e ter Centros de Treinamentos, que aproveite esses alunos e consiga patrocínios pra levar os melhores pra competições.
RI! – Como está a entidade CBRASB hoje em dia perante os órgãos competentes, como Ministério dos Esportes e Governo? Como é essa relação?
JS – Com o Ministério dos Esportes como disse já está cadastrada e reconhecida e temos já uma carta de captação pra 2020. Estamos atrás das empresas para buscar essa parceria, que por incrível que pareça é a pior parte.
RI! – Que benefícios tem o atleta filiado na Confederação Brasileira?
JS – Além de participar das competições da CBRASB, pois só correm filiados, tem um conselho de atletas, onde tem um voto nas assembléias e decisões, podem concorrer ao bolsa atleta e com os recursos além de manter a entidade, fica um fundo de reserva que pode ser usado quando precisar, a favor deles como foi o caso ano passado na premiação. Lembrando que todas as contas e atas estão no site no portal, com transparência pra todos verem.
RI! – Depois de 4 décadas de esporte Bodyboard no Brasil e no mundo, muitos ex-atletas são hoje profissionais liberais bem-sucedidos que por casualidade podem vir a ser parceiros da entidade e ajudar o esporte a se manter. Como podemos ajudar a CBRASB nesse sentido?
JS – Como disse estamos precisando de empresa pra ser parceira na captação. Na nossa carta de intenção do Ministério dos Esportes, pedem apoio ao o Circuito, assim como empresas estão aderindo como a MOV , B2BR que é de ex-atletas e outras que no momento me fugiu da memória.
RI! – Fale sobre esse segundo ano de CBRASB, das etapas programadas para esse ano, estão todas 100% confirmadas? Que estados ficaram de fora e que demonstram interesse e aptidão para entrar? Há interesse em aumentar número de etapas ou diversificar os estados que compõem o circuito nacional?
JS – Temos cinco etapas fechadas e confirmadas para 2019.
Para o próximo ano, devemos trabalhar agora e os interessados em trazer uma etapa ao seu estado, devem entrar em contato com o Marketing da Cbrasb e atender os requisitos mínimos, só de boca não adianta, tem que ter um contrato assinado por uma empresa ou Prefeitura.
RI! – Deixe sua mensagem para os leitores da Ride It!
JS – Agradecer a oportunidade e pedir para assistirem nossos eventos seja na praia ou pela transmissão ao vivo e curtir nossas redes sociais. A CBRASB está de portas abertas, basta nos contactar, seja para críticas ou sugestões pelo “atendimento@cbrasb.com.br”
Pra acrescentar logo que assumí fiz vários grupos no wattsapp, um da Diretoria, Conselho Fiscal e de Atletas, Federações (todas) sem restrições, inclusive estados que não tinha, coloquei associação que realizava evento, de atletas, em fim, uma transparência e informação imediata de tudo que se passa na entidade. Todos os problemas assuntos, críticas e decisões da Cbrasb são decididas com voto da maioria da Diretoria e em caso que envolva atletas convocamos reunião com o conselho dos atletas.
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