Nesse período atípico em meio de uma pandemia, que oramos para que isso logo acabe, vivenciamos uma nova realidade, onde estamos buscando novas formas de vivências devido ao cenário atual. Mesmo com a nova gestão da CBRASB (Confederação Brasileira de Bodyboarding) tendo um pouco mais dois meses, conseguimos fazer história tivemos, diante dessa inesperada realidade, houve a possibilidade do Bodyboard PCD (pessoas com deficiência) essa apresentação inédita aconteceu no Espírito Santo, na praia do Coral do Meio.
O intuito de promover o esporte às pessoas com deficiência. Fato inédito que a modalidade vivenciou, pois é a primeira vez que há participação de uma apresentação exclusiva de bodyboarders PCD em um evento chancelado pelo órgão máximo responsável pelo bodyboard em âmbito nacional. Vimos nesse evento uma possibilidade de mostrar que o bodyboard tem potencial de entrar no cenário competitivo e sim também estar numa para-olimpíadas.
A CBRASB foi responsável pela apresentação inédita e histórica que mesmo com menos de três meses da nova gestão, fomos incumbidos, digo fomos, porque sou além de bodyboarder dessa modalidade que veio para ser a “cereja do bolo”, atuo como Conselheiro do Para desporto da Confederação máxima do esporte como tá também da LNB (Liga Nacional de Bodyboarding), meu nome de atuação é Vagner Andrade. Estamos mapeando o território nacional e interagindo com os bodyboarders, organizações, federações e associações para demonstrarmos a potencialidade esportiva e recreacional. Partindo desse trabalho de apresentação superamos as expectativas, tivemos atletas do Espírito Santo, o Moisés Serafim, que atua como Beach Marshall da CBRASB, a paranaense Erica Rodrigues, que é também atleta paralímpica e recordista brasileira dos 100m, o Ricardo Rodrigues, carioca que atua na área jurídica da OAB do Rio de Janeiro, e eu representando o estado de São Paulo.
Esse projeto nasceu em uma roda de conversa aonde aprendi pegar onda e surfo desde sempre, Ilha Comprida. Estava saindo de uma sessão de boas ondas, e o pessoal local vieram me elogiar e comentaram que seria questão de tempo para eu estar em uma olimpíada, isso foi em 2017. Isso me motivou a me interar sobre a possibilidade e o que devíamos desenvolver para que isso se torne realidade.
Diante dessa possibilidade, comecei traçar estratégias para buscar alternativa e meios concretos para que isso acontecesse. Foram inúmeros contatos, pesquisas, networks até que em 2018 participei do Bodyboard Legends no Rio de Janeiro, lá conheci o Marcello Pedro (atual presidente da LigaNacional de Bodyboarding),Marcelo Rocha (presidente da CBRASB), desde então, fomos nos estruturando com a idéia, e estamos desenvolvendo um trabalho que inicialmente está superando às expectativas, pois a nova gestão além de oportunizar o desenvolvimento dessa modalidade PCD, tem a perspectiva que podemos ser um esporte paraolímpico e olímpico.
Temos um trabalho profissional e específico para que o nosso objetivo seja alcançado, o Renato Hudson, ele atua como técnico do para atletismo da seleção brasileira, vem estudando e na forma desportiva com as classificações funcionais para o bodyboard, é imprescindível esse trabalho para que possamos apresentar ao Comitê Olímpico a nossa potencialidade.
Voltando a apresentação do Bodyboard PCD, foi um sucesso, mostramos que temos garra, mostramos determinação e todos sem exceção, se tacaram nas ondas e arrepiaram, fizemos bonito mesmo, com direito a uma nota 10 unânime que fiz, foi emocionante ver a praia vibrar com a apresentação e com essa onda, me emociono sempre quando assisto.
No momento do 10, passou um minha mente, uma vida dedicado ao esporte, é um momento indescritível que demonstrar que o trabalho é árduo, mas com garra, chegamos ao nosso objetivo.
Que venha 2022, que solidifique esse no espaço, que essa vertente desperte, e traga mais adeptos e que motive às pessoas conhecerem esse esporte maravilhoso que melhora a nossa vida chamado Bodyboard
Aloha!
Imagens feitas pela @reefwave